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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Distrações nossas de cada dia

    É preciso ter estomago para digitar “acidente de trabalho” no link de imagens do site de busca Google. A quantidade de trabalhadores destroçados é tão grande que faz filmes de terror parecer contos infantis. Os acidentes de trabalho são grandes afluentes de um rio de problemas causados pela falta de concentração.
  Falta de concentração, desatenção, distração, cabeça nas nuvens. Existem diversas formas de definir o obstáculo que leva profissionais e estudantes a um mesmo fim, o prejuízo. Do hilário ato de ir ao cômodo vizinho e não se lembrar o que foi fazer ao atraso causado por entrar numa via errada no trânsito de uma grande cidade, o fato é que a falta de concentração limita a ação.
    Ser mais concentrado nas tarefas é desejo comum para profissionais e estudantes e não é para menos. Quando a mente está concentrada num único alvo, somos capazes de reduzir em até 80% o tempo despendido. E que mortal não desejaria isso? Ler um livro mais rápido, ser mais preciso na realização dos afazeres e evitar erros tolos dependem da concentração, por isso é preciso entendê-la.
    Quando você mergulha nos livros com o objetivo de entender os fundamentos da concentração, acaba inevitavelmente explorando o seu oposto, isto é, a distração. Desbravar terrenos convencionais como os da neurociência e da psicologia beneficiaram minha base teórica, mas nunca me fizeram sentir mais concentrado. Foi pisar no campo de tradições orientais como o Yoga e experimentar práticas do esoterismo que comecei a obter avanços e realmente experimentar a agradável e potente sensação de ter uma mente focada.
    Dentre os diversos exercícios que existem nas ciências ocultas, existe um bem fácil e que ajuda a testar o grau de concentração. Respire profundamente algumas vezes ao passo que relaxa cada parte do seu corpo. Quando sentir o corpo bem leve, abra as mãos e imagine-se segurando uma bexiga, leve e flexível. Concentre-se nisso por alguns segundos. Depois, comece a apertar e soltar fazendo movimentos milimétricos. Neste momento algumas pessoas relatam sentir que as mãos não conseguem sair do lugar. No esoterismo, explica-se como a formação de uma massa de energia entre as mãos.
Energia? Bom, não creio que seja fácil ver uma aura ou energia entre as mãos, mas é possível provar que durante o exercício você estava concentrado, especialmente se conseguiu sentir a massa energética. Em caso afirmativo, foi porque estava concentrado apenas em suas mãos. Da mesma forma que ao se concentrar no movimento das mãos, um músico consegue memorizar melhor os acordes de um instrumento, ao focar os movimentos que realiza quando dirige um carro, você curte melhor o veículo e ao escolher se concentrar na leitura você avança neste ato.
Concentração não é um exercício, é uma escolha. Simples assim! Você escolhe concentrar a sua mente numa determinada atividade e por isso a realiza com êxito. Pronto! Se existem ladrões de atenção durante, por exemplo, a leitura de um texto, (telefone, pessoas, campainha e demais interrupções) convenhamos, somos grandinhos o suficiente para entender que tais estímulos devem ser evitados, neutralizados ou simplesmente ignorados.
Portanto, manter a mente focada numa única tarefa nos torna mais rápidos e eficientes. A nossa mente produz distrações, por isso é preciso ser maior do que a mente. E na verdade somos! Por isso seja firme e simplesmente escolha ser mais concentrado.
Texto de: Renato Alves é especialista em Memorização e Recordista Brasileiro de Memória. www.renatoalves.com.br

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